Indo de encontro a essa teoria, também há professores que não acreditam nesse dom divino, contudo, apostam na possibilidade do desenvolvimento a qualquer tempo. Independentemente de ser um dom nato ou uma habilidade que pode ser aprimorada de forma exponencial, sabemos que a liderança é algo que faz a diferença no planejamento estratégico. Afinal de contas, todo bom time precisa de uma pessoa que sirva de exemplo e que dê as coordenadas.
Sobre os estilos de liderança, ressaltamos que não existe um tipo mais certo ou errado. O que existe são estilos dos próprios líderes, sem que algum deles esteja mais próximo ou distante do ideal. O estilo adequado é aquele se harmoniza com a estratégia do ambiente de trabalho e engaja as pessoas a darem o máximo de si, mesmo em situações adversas. Dentre os estilos mais comuns no mercado de trabalho, destacamos quatro:
a) Autocrático — O foco dessa liderança é no próprio líder. São pessoas com perfil individualista, focadas no próprio cargo, rédeas curtas, e que não buscam aproximação com pessoas desconhecidas. Normalmente, não são abertas a críticas e muito menos a sugestões. Esse perfil é dominador e acarreta sinais de tensão para os liderados.
b) Liberal — Cultura moderna em que o liderado (isolado ou em grupo) decide como conseguirá entregar os resultados. Há pouca supervisão, mas para isso precisa-se de pessoas maduras e compromissadas. A ênfase está no liderado, o qual tem liberdade para a tomada de decisões individuais ou em grupo. Os liderados geralmente têm mais pressão no trabalho, pois, quanto maior a liberdade, maior a responsabilidade. É comum o líder perguntar aos liderados a opinião deles antes de tomar uma decisão.
c) Democrática — O maior interesse está na gestão do negócio. Nesse modelo, o líder se torna um facilitador do processo, ajudando os colaboradores a executarem bem as suas tarefas e priorizando um clima agradável de trabalho. Ele se preocupa com a execução do trabalho em si, mas também com a qualidade de vida e satisfação da sua equipe de trabalho. Comunica-se bem com a equipe e tem uma gestão colaborativa. Geralmente, aprecia feedbacks.
d) Coaching — Foco nas pessoas, trabalhando com metas claras e mensuráveis. Identifica as habilidades e comportamentos do seu time para trabalhar os pontos de melhoria e deixar claros os seus propósitos de vida, para que identifiquem se estão no lugar certo e se suas metas combinam com a missão da empresa. Notamos em nossas conversas com alguns advogados líderes que o verdadeiro desafio está em saber quando aplicar cada estilo, com quem e em que circunstâncias. Não existe um perfil certo e outro errado. O que existe é questão de perfil organizacional e das pessoas que ali trabalham. Além dos quatro tipos de liderança que expusemos, existe ainda a liderança situacional.
O advogado gestor pode escolher um estilo de liderança de acordo com algumas situações de momento, tais como a tarefa a ser executada, as pessoas envolvidas, o projeto em específico, o tempo e a pressão do escritório ou empresa. Como estamos diante de um universo geralmente pouco explorado por advogados, onde conseguimos tempo para estudar apenas a “ponta do iceberg”, devemos nos socorrer aos profissionais mais capacitados (via de regra) para nos ajudar, ou seja, pessoas que se desenvolveram em gestão de pessoas e geralmente trabalham no departamento de recursos humanos.
Esse departamento pode nos auxiliar, de forma não exaustiva, com os seguintes desafios: recrutamento, seleção e retenção de talentos; definição de cargos e funções, treinamentos, orientação sobre condutas dentro e fora do ambiente de trabalho, integração do jovem advogado, sessões de feedback, administração de conflitos e advertências, desligamento de pessoas, inteligência emocional, dentre tantos outros procedimentos internos de rotina da sua empresa ou escritório de advocacia.

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