Estilos de liderança dos advogados: qual deles é o seu?

Há uma teoria sobre liderança, da década de 1940, chamada de teoria dos traços. Ela nos ensina que algumas pessoas já nascem líderes e, inclusive, possuem traços de personalidade que apontam para esse dom, tais como ambição, energia, desejo de liderar, autoconfiança, inteligência, proatividade, honestidade, integridade.

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Indo de encontro a essa teoria, também há professores que não acreditam nesse dom divino, contudo, apostam na possibilidade do desenvolvimento a qualquer tempo. Independentemente de ser um dom nato ou uma habilidade que pode ser aprimorada de forma exponencial, sabemos que a liderança é algo que faz a diferença no planejamento estratégico. Afinal de contas, todo bom time precisa de uma pessoa que sirva de exemplo e que dê as coordenadas.

Sobre os estilos de liderança, ressaltamos que não existe um tipo mais certo ou errado. O que existe são estilos dos próprios líderes, sem que algum deles esteja mais próximo ou distante do ideal. O estilo adequado é aquele se harmoniza com a estratégia do ambiente de trabalho e engaja as pessoas a darem o máximo de si, mesmo em situações adversas. Dentre os estilos mais comuns no mercado de trabalho, destacamos quatro:

a) Autocrático — O foco dessa liderança é no próprio líder. São pessoas com perfil individualista, focadas no próprio cargo, rédeas curtas, e que não buscam aproximação com pessoas desconhecidas. Normalmente, não são abertas a críticas e muito menos a sugestões. Esse perfil é dominador e acarreta sinais de tensão para os liderados.

b) Liberal — Cultura moderna em que o liderado (isolado ou em grupo) decide como conseguirá entregar os resultados. Há pouca supervisão, mas para isso precisa-se de pessoas maduras e compromissadas. A ênfase está no liderado, o qual tem liberdade para a tomada de decisões individuais ou em grupo. Os liderados geralmente têm mais pressão no trabalho, pois, quanto maior a liberdade, maior a responsabilidade. É comum o líder perguntar aos liderados a opinião deles antes de tomar uma decisão.

c) Democrática — O maior interesse está na gestão do negócio. Nesse modelo, o líder se torna um facilitador do processo, ajudando os colaboradores a executarem bem as suas tarefas e priorizando um clima agradável de trabalho. Ele se preocupa com a execução do trabalho em si, mas também com a qualidade de vida e satisfação da sua equipe de trabalho. Comunica-se bem com a equipe e tem uma gestão colaborativa. Geralmente, aprecia feedbacks.

d) Coaching — Foco nas pessoas, trabalhando com metas claras e mensuráveis. Identifica as habilidades e comportamentos do seu time para trabalhar os pontos de melhoria e deixar claros os seus propósitos de vida, para que identifiquem se estão no lugar certo e se suas metas combinam com a missão da empresa. Notamos em nossas conversas com alguns advogados líderes que o verdadeiro desafio está em saber quando aplicar cada estilo, com quem e em que circunstâncias. Não existe um perfil certo e outro errado. O que existe é questão de perfil organizacional e das pessoas que ali trabalham. Além dos quatro tipos de liderança que expusemos, existe ainda a liderança situacional.

O advogado gestor pode escolher um estilo de liderança de acordo com algumas situações de momento, tais como a tarefa a ser executada, as pessoas envolvidas, o projeto em específico, o tempo e a pressão do escritório ou empresa. Como estamos diante de um universo geralmente pouco explorado por advogados, onde conseguimos tempo para estudar apenas a “ponta do iceberg”, devemos nos socorrer aos profissionais mais capacitados (via de regra) para nos ajudar, ou seja, pessoas que se desenvolveram em gestão de pessoas e geralmente trabalham no departamento de recursos humanos.

Esse departamento pode nos auxiliar, de forma não exaustiva, com os seguintes desafios: recrutamento, seleção e retenção de talentos; definição de cargos e funções, treinamentos, orientação sobre condutas dentro e fora do ambiente de trabalho, integração do jovem advogado, sessões de feedback, administração de conflitos e advertências, desligamento de pessoas, inteligência emocional, dentre tantos outros procedimentos internos de rotina da sua empresa ou escritório de advocacia.

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